Rally – Dakar 2023: O piloto Lucas defende posição contra Villiers, mas é atacado por Loeb

Foram novamente mais de 300km de pura tensão, mas o brasileiro Lucas Moraes vai conseguindo se manter entre as principais feras do Rally Dakar, disputado na Arábia Saudita. Neste domingo (8), o piloto do Toyota GR DKR Hilux número 230 abriu vantagem sobre o quarto colocado na classificação geral, o campeão do Dakar Giniel De Villiers (África do Sul, Toyota GR DKR Hilux). Mas se viu acossado pela lenda Sebastién Loeb (França, Prodrive Hunter T1+), que ocupa a quinta posição e, na previsão da imprensa internacional, vem embalado para tentar terminar entre os três melhores na edição 2023 da prova. Desde a sexta etapa, disputada na sexta-feira, Moraes e o navegador alemão Timo Gottschalk ocupam o terceiro lugar na classificação geral.

A etapa de hoje encerrou a fase “maratona” da prova, na qual os técnicos das equipes tiveram acesso limitado em duas horas para manutenção dos carros. Nove vezes campeão mundial de rally de velocidade e em busca de sua primeira vitória no Dakar, Loeb, que é o atual vice-campeão da prova, foi o vencedor da oitava etapa, realizada neste domingo – e com isso avançou em sua luta para terminar entre os três melhores.
A vitória veio depois que o espanhol e tetracampeão do Dakar Carlos Sainz (Audi RS Q e-tron) foi punido com cinco minutos por trafegar acima da velocidade permitida em um trecho de deslocamento – percurso muitas vezes realizado em região urbana e utilizado apenas para que a caravana do Dakar chegue ao acampamento onde será realizado o pernoite.
“Mais um dia que conseguimos terminar. Somente isso já é bastante coisa pra ficar feliz”, resumiu o piloto brasileiro, que integra o rol de atletas da Red Bull mundial e conta com apoio da SpeedMax Pneus.

Pneu furado – “A especial de hoje foi bem difícil. Tivemos que trafegar por diversos rios com o leito seco e repleto de pedras. Foi em uma dessas passagens que furou um dos nossos pneus. Eu e o Timo perdemos bastante tempo na troca. A roda não encaixava direito por algum motivo – vamos ter que investigar durante a revisão do carro. Mas depois pudemos voltar ao ritmo normal e encontramos o Nasser por volta do km 200. Viemos acompanhando ele nas dunas, o que foi muito bom pra gente por que mantivemos um ritmo muito semelhante. Cada dia aqui é uma luta. Estamos cansados, mas motivados”, detalha Lucas Moraes, que acabou em sétimo lugar no dia de hoje.
Esta segunda-feira será o único dia sem disputa na 45ª edição do Dakar. Os técnicos, no entanto, continuarão em ritmo frenético, revisando e reparando os veículos. Para pilotos e navegadores, o dia será de relaxamento, em uma corrida que tem sido marcada por diversos acidentes, alguns bastante sérios.
“Nós sabemos que o chamado “dia de descanso” nunca é de descanso de verdade (para os mecânicos)”, comentou na noite do sábado Jean-Marc Fortin, chefe da equipe Overdrive, defendida pelo brasileiro.

”Um Dakar muito difícil” – “Todos os anos as pessoas ficam pressionando o David Castera (diretor da organizadora ASO), dizendo que o trajeto está muito fácil, que parece uma autoestrada etc. Então ele disse ‘ok’. E agora, graças a isso, estamos em um Dakar muito difícil. Espero que encontrem um meio-termo para o próximo ano”, completou Fortin no dia seguinte ao forte acidente que tirou da prova seu maior herói, Stéphane Peterhansel (Audi RS Q e-tron), e causou uma lesão na vértebra D5 de seu navegador e compatriota francês Edouard Boulanger, que precisará passar por cirurgia.
Peterhansel deu um depoimento emocionado sobre o episódio para a imprensa do Dakar, chocado tanto pela violência quando pelo fato de ter perdido a consciência durante o acidente. “Eu estava brigando pela liderança, ataquei uma duna e aí aconteceu o acidente. Infelizmente, perdi a consciência, apertei o acelerador ao máximo (sem querer) porque meu pé estava no pedal”, disse ele. “…Fizemos um 360º e quando acordei, alguns minutos depois, não conseguia compreender o que tinha acontecido. E perdi a memória de cerca de cinco minutos antes do acidente, e dos próximos quinze, não lembrava de nada”, contou, ainda muito abatido.

8ª Especial, 346km, entre Al-Dawadimi e Riad

1. Sébastien Loeb/Fabian Lurquin (Prodrive Hunter T1+) 3h34min24s
2. Nasser Al-Attiyah/Mathieu Baumel (Toyota GR DKR Hilux) +2min11s
3. Carlos Sainz/Lucas Cruz (Audi RS Q e-tron) +3min31s
4. Henk Lategan/Brett Cummings (Toyota GR DKR Hilux) +13min26s
5. Jakub Przygoński/Armand Monleón (Mini John Cooper Works Plus) +10min9s
6. Guerlain Chicherit/Alex Winocq (Prodrive Hunter T1+) +10min21s
7. Lucas Moraes/Timo Gottschalk (Toyota Hilux Overdrive) +11min9s
8. Romain Dumas/Max Delfino (Toyota GR DKR Hilux T1+) +16min52s
9. Yazeed Al-Rajhi/Dirk Von Zitzewitz (Toyota Hilux Overdrive) +17min5s
10. Vaidotas Zala/Paulo Fiúza (Prodrive Hunter T1+) +18min15s

Classificação geral após oito especiais
1. Nasser Al-Attiyah/Mathieu Baumel (Toyota GR DKR Hilux) 31h02min58s
2. Henk Lategan/Brett Cummings (Toyota GR DKR Hilux) +1h3min46s
3. Lucas Moraes/Timo Gottschalk (Toyota Hilux Overdrive) +1h20min22s
4. Sébastien Loeb/Fabian Lurquin (Prodrive Hunter T1+) +1h52min6s
5. Giniel de Villiers/Dennis Murphy (Toyota GR DKR Hilux) +2h4min20s
6. Romain Dumas/Max Delfino (Toyota GR DKR Hilux T1+) +2h27min11s
7. Martin Prokop/Viktor Chytka (Ford Raptor RS Cross Country) +2h37min0s
8. Brian Baragwanath/Leonard Cremer (Century CR6-T) +2h42min6s
9. Wei Han/Li Ma (SMG HW2021) +3h15min3s
10. Juan Cruz Yacopini/Daniel Oliveras Carreras (Toyota Hilux Overdrive) +3h40min22s

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Fonte: Best Pr.

Foto: Fotop