TCR Series – A dupla Raphael Reis e Galid Osman vencem no Velocitta em dia de domínio da W2 Pro GP no TCR Brasil Banco BRB
Assim como no sábado, o domingo também foi um dia muito quente no clima e nas disputas dentro da pista. E o moderno e técnico autódromo do Velocitta, em Mogi Guaçu, interior de São Paulo, teve duas grandes corridas na penúltima etapa da temporada 2023 do TCR Brasil Banco BRB, desta vez correndo em conjunto com o TCR South America Banco BRB. Pela manhã, Raphael Reis dominou a primeira prova e venceu com extrema facilidade após largar da pole position; à tarde, Galid Osman fez uma recuperação brilhante e veio da oitava posição do grid para vencer a segunda. Um dia dominado pelos CUPRA da W2 Pro GP.
Os outros dois pilotos do pódio foram os mesmos, mudando apenas a ordem. Pela manhã, o argentino Juan Ángel Rosso foi o segundo com o Toyota Corolla da Paladini Racing; à tarde terminou em terceiro. Já o brasileiro Pedro Cardoso foi o terceiro pela manhã com o Hyundai Elantra da Scuderia Chiarelli e terminou em segundo à tarde.
No campeonato, o brasileiro Raphael Reis tem agora 252 pontos e ampliou a vantagem na liderança para 31 pontos em relação ao argentino Ignacio “Nacho” Montenegro, que terminou em quarto na abertura do domingo com um Honda Civic da Squadra Martino, mas abandonou a segunda, segundo colocado com 223. Galid Osman e Juan Ángel Rosso estão empatados na terceira posição, com 211.
Pela Copa Trophy, vitória de Guilherme Reischl pela manhã e mais uma de Marcos Regadas à tarde, que não faz o campeonato completo. Na tabela, Guilherme Reischl assumiu a liderança, 13 pontos à frente de Adalberto Baptista, o vice-líder.
As equipes agora terão até esta noite para indicar as três corridas a serem descartadas por cada competidor. Não são passíveis de descartes provas em que tenham sido impostas punições desportivas aos pilotos. A decisão do campeonato do TCR Brasil Banco BRB, também em conjunto com o TCR South America Banco BRB, será disputada em Cascavel, no interior do Paraná, no fim de semana do dia 3 de dezembro.
– Corrida 1
A manhã de domingo da etapa conjunta do TCR South America Banco BRB e do TCR Brasil Banco BRB foi marcada mais uma vez por muito calor, sem risco de chuva. A primeira corrida tinha 22°C de temperatura ambiente e 28°C no asfalto antes da largada, com 60% de umidade relativa no ar.
Raphael Reis manteve a ponta na largada, com Galid Osman em segundo. Nacho Montenegro superou Rafael Suzuki e pulou para terceiro, trazendo o compatriota Juan Ángel Rosso. Rosso, inclusive, superou Nacho na Curva do Museu, mesmo sendo tocado pelo rival. Com isso, Pedro Cardoso subiu para quarto. Suzuki completou a primeira volta apenas em nono.
Na abertura da segunda volta, Raphael Reis já tinha quase três segundos de vantagem sobre Rosso. Galid, que vinha em segundo, errou a freada da Curva 1 e perdeu várias posições. Para piorar, ainda teve o pneu dianteiro esquerdo furado, tendo de recolh er para os boxes. Ele voltou na última posição após a troca do pneu, uma volta atrás.
Líder do campeonato da Copa Trophy, Adalberto Baptista se tocou com Fábio Casagrande, perdeu o controle do carro na reta oposta e bateu sozinho na terceira volta, provocando a primeira entrada do safety car. Adalberto acabou conseguindo voltar sozinho. Com isso, a vantagem de Raphael Reis na liderança, que estava acima de três segundos, acabou neutralizada.
A relargada foi autorizada na quinta volta. Reis pulou bem mais uma vez, deixando Rosso em segundo, Cardoso em terceiro e Nacho em quarto. Bernardo Llaver era o quinto colocado a essa altura e tentava chegar na briga por uma posição no pódio, mesmo muito pressionado pelo compatriota Fabián Yannantuoni.
Imprimindo um ritmo forte, Reis não teve problemas para abrir 1.650s de vantagem na primeira volta após a relargada. Enquanto isso, Cardoso começava a pressionar Rosso na briga pela segunda posição, trazendo com ele Nacho Montenegro, terceiro colocado da corrida. Na Copa Trophy, Enrique Maglione e Guilherme Reischl travavam uma disputa ferrenha pela liderança da categoria. O brasileiro ultrapassou o uruguaio na abertura da oitava volta. E Maglione abandonou a corrida na sequência, com problemas elétricos.
Na liderança, Raphael Reis fazia o chamado sunday drive no Velocitta, com quase quatro segundos de vantagem sobre Juan Ángel Rosso na abertura da 11ª volta, a sete minutos do fim. O argentino também já tinha uma diferença segura para Pedro Cardoso, terceiro, que também estava distante de Nacho Montenegro, o quarto.
Raphael Reis liderou com tranquilidade até o fim e venceu com quase sete segundos de vantagem. Juan Ángel Rosso terminou em segundo, seguido por Pedro Cardoso, que completou o pódio. Nacho Montenegro foi o quarto colocado, com Fabián Yannantuoni em quinto. Na Copa Trophy, vitória para Guilherme Reischl, 11º no geral, com Marcos Regadas logo atrás, em 12º.
– Corrida 2
Para a corrida da tarde de domingo da etapa conjunta do TCR South America Banco BRB e do TCR Brasil Banco BRB o calor aumentou ainda mais. A temperatura ambiente era de 32°C, com 54°C no asfalto antes da largada, com 41% de umidade relativa no ar.
O pole Guilherme Reischl se manteve na liderança na primeira curva, com Fabián Yannantuoni dando uma escapada logo após a Curva da Caipirinha e perdendo posições. Fabio Casagrande pulou para segundo, com Bernardo Llaver em terceiro, Juan Ángel Rosso em quarto e Galid Osman em quinto. Nacho Montenegro era o nono e Raphael Reis, o 12º.
Só que Nacho Montenegro teve problemas na segunda volta e ficou parado no meio da pista, provocando a entrada do safety car. A relargada foi autorizada apenas na quinta volta, com Reischl mantendo a liderança. Raphael Reis, que vinha na décima posição, teve uma punição anunciada: um drive through porque a equipe W2 Pro GP trabalhou em seu carro no grid com a placa de um minuto levantada.
Na sétima volta, Bernardo Llaver e Galid Osman partiram para o ataque para cima de Fabio Casagrande e ganharam uma posição cada um. O argentino subiu para segundo e o brasileiro, para terceiro. Llaver agora tentava chegar em Reischl, que tinha neste momento um segundo e meio de vantagem na liderança da corrida. Casagrande despencava na classificação, perdendo várias posições de uma vez.
Galid partiu para o ataque sobre Llaver e ganhou a segunda posição na oitava volta com uma bela manobra na curva 1 do Velocitta. Na sequencia, o argentino foi tocado pelo compatriota Yannantuoni, foi parar fora da pista e caiu para a quinta posição. Na sequência, foi a vez de Yannantuoni errar e cair no saca-rolha para o sexto lugar.
Na 11ª volta, Galid partiu para o ataque em busca da liderança. E em uma bela manobra após a Curva da Caipirinha, fez a ultrapassagem sobre Reischl. Na sequência, o piloto do Peugeot #37 recolheu o carro para os boxes com problemas. E em um incidente estranho, o carro de Nacho Montenegro, que abandonou no início da prova, foi parar no meio da pista, provocando mais uma entrada do safety car.
A relargada foi autorizada na 16ª volta, a pouco mais de dois minutos do fim da prova. Galid Osman manteve a liderança, seguido por Pedro Cardoso e Juan Ángel Rosso. Bernardo Llaver era o quarto, com Fabio Casagrande fechando os cinco primeiros na liderança da Copa Trophy. Mais atrás, Raphael Reis teve problemas no pneu traseiro esquerdo e recolheu o CUPRA #77 para os boxes.
Galid Osman liderou até o fim e venceu com quase dois segundos de vantagem. Pedro Cardoso terminou em segundo, seguido por Juan Ángel Rosso, que completou o pódio. Bernardo Llaver foi o quarto colocado, com Manuel Sapag em quinto. Na Copa Trophy, vitória para Marcos Regadas, sexto no geral, com Fabio Casagrande em oitavo.
O que eles disseram:
“Conseguimos uma boa largada, se distanciar nas primeiras curvas. A partir disso já comecei a controlar o equipamento e sabia que quem vinha atrás de mim estava brigando por posição. Isso fez diferença do meio pro fim. O safety no meio da prova não era o que eu queria, mas consegui controlar e vencer a corrida.”
Raphael Reis
“Terceiro pódio, poderia ter sido o quarto, mas o pneu furou de manhã quando a gente estava em segundo. Mas sabia que agora era ganhar ou ganhar para continuar vivo na briga pelo título e deu tudo certo, a largada foi boa, as ultrapassagens foram boas. E estava muito quente, foi uma corrida bem sofrida. Da mesma forma que os argentinos e os uruguaios tiveram vantagem em cima da gente no início do ano, a gente vai ter agora na nossa pista. Vou levar o lastro de sucesso em Cascavel, então acredito que isso vai atrapalhar um pouco, mas estou bastante animado, sempre andei muito bem lá, quem sabe a gente não ganha lá de novo.”
Galid Osman
“A gente deu bastante sorte na corrida. Tinha um ritmo muito bom, mas do jeito que a corrida se desenrolou, a gente conseguiu se livrar das pancadas, dos problemas. E no final tive de administrar o carro, porque estava cheio de alarmes, temperatura de óleo de câmbio, de motor. E não pude atacar o Galid por causa disso. Mas estou feliz. Com os descartes, temos pequenas chances no TCR Brasil em Cascavel, mas não vou ter peso na classificação em comparação com os outros que estão na frente no campeonato.”
Pedro Cardoso
“A etapa do Velocitta foi um sonho. Estou muito feliz, o carro estava muito bom. Ele não era rápido em volta lançada, mas estava muito bom em ritmo de corrida. Tivemos alguns pequenos problemas, mas são coisas fáceis de resolver. Vamos agora para a decisão, mas estou feliz com esta etapa.”
Juan Ángel Rosso
“De quatro corridas, vencemos três e chegamos uma em segundo lugar. Viemos lá de trás, minha classificação foi ruim. Sempre tive de fazer provas de recuperação. Para mim é muito gratificante estar conseguindo andar com os pilotos profissionais, virar o mesmo tempo, andar no mesmo ritmo não é fácil para quem nunca tinha andado no carro, na pista. Foi um belo fim de semana.”
Marcos Regadas
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Fonte: LF Press.
Foto: Duda Bairros/ Beto Correa